Bem compreendida, já, por si mesma ela pode sustentar o
templo do sol da felicidade da família. Pois na Santa Comunhão a aliança fiel
dos pais é selada com o Sangue do Cordeiro, todos os seus cuidados e fadigas
são libertados do peso terreno e fecundados pela graça. Então de novo se
hospeda nos corações Aquele que outrora assistiu com Sua Mãe às bodas de Caná e
também agora ainda sempre abençoa pais e filhos, sempre que O convidam para
casa. Do Tabernáculo manda o espírito de paz e de união.
Qual novo “Belém,
lugar do pão”, é bafejado pelo mesmo sopro de paz, que o cântico dos Anjos
difundiu naquela feliz paragem, na noite sagrada de Natal.
Por meio de cada
Santa Comunhão esta paz penetra profundamente como um bem precioso, na alma. Os
sentimentos divinos tornam-se nossos. Os pensamentos de Deus tornassem também
nossos. A caridade e a paciência do Senhor passam para nós, de modo que se
torna mais fácil compreender- se e suportar-se mutuamente. A Carne e o Sangue
do Homem-Deus desperta em nós uma nova vida, uma vida divina. Pouco a pouco
nos transforma e deforma. Necessariamente, irresistivelmente, misteriosamente
como o sol na primavera faz renascer e florescer a floresta calva e morta.
Um laço íntimo,
forte e firme, de união e amor mútuo assim se tece entre Deus e os corações e
entre os membros da família entre si. É uma santa família de Deus!
Em si e por si já
a Santa Hóstia é um belo símbolo desta unidade. De muitos grãos ela se fez uma.
Como já fala aos nossos corações, simplesmente como símbolo! Mais ainda!
Como alimento, na
Santa Comunhão, já se torna na Mesa comum portadora e intermediária da união suprema
entre Deus e o homem e dos homens entre si e assim da paz entre todos.
A velha arte
cristã exprime significativa e profundamente este pensamento, dando à
custodia, em que se guardam as Santas Hóstias, a forma de uma pomba. Cristo, a
verdadeira pomba, que traz a paz, oculta-Se no vaso sagrado. Este o leva no
banquete sagrado, como bem precioso, ao seio da família, aos corações dos
grandes e pequenos. — Quem já não teria experimentado frequentemente esse
efeito abençoado da Sagrada Comunhão?
Na infância vi
muitas vezes o bom mestre de uma cidade da Rhenania, com a esposa, na Mesa da
Comunhão. Quando os filhos cresceriam, também lá se viam.
Lembro-me ainda
como toda a cidade se alegrava com isso e se edificava com o piedoso exemplo.
Veio o
“Kulturkampf” e com ele duras, penosas provações, tempestades que desabaram
sobre a família. Nada, porém, os podia abalar.
A paz e o amor
tinham fixado morada nesse lar feliz.
Também vós vindes
ao banquete sagrado? Porque tão raramente?
Adotai pelo menos
esta regra para vós e para os vossos: Nenhum dia sem oração, nenhum domingo sem
Santa Missa, nenhum mês sem Sagrada Comunhão! Quanto mais vezes, tanto melhor!
Haveis de reconhecer cada vez mais quanta força e graça residem neste Sacramento
de amor, que o Salvador instituiu como uma coluna firme, que nos tempos
maus sustenta a vida vacilante da família.
"Comei o
pão (do céu), - Tomai-o ousadamente:
- A vossas almas
traz força e vigor!
- Nas fadigas fiel
e firmemente,
- Até a morte,
- Sempre forte, Para
fazer as obras do Senhor”
Sei que não tendes
nenhum desejo mais íntimo e profundo que o de ver vossos filhos um dia felizes.
Justamente, ó mãe, porque tomas particularmente a sério teus deveres maternos,
é que sentes tantas vezes dolorosamente a tua impotência. Sentes quanta força
íntima te falta ainda sobre teus filhos; o poder de tua personalidade não
consegue exercer sobre os mesmos uma influência duradoura. Há educadores
assim: Sem muito falhar nem bater conseguem tudo.
Sabes onde o
aprenderam? — No Coração do Salvador, na Santa Comunhão, na luta constante
consigo mesmo e com Ele para alcançar sabedoria, virtude e graça.
Conheci uma mãe
que além da Comunhão frequente, reservava regularmente um quartozinho de hora
durante o dia, para ficar em silêncio. Era habitualmente pouco depois de meio
dia. Retirava-se então para o seu quarto e fechava a ponta.
Aprouve um dia às
crianças; ver o que a mãe lá fazia. Pelo buraco da fechadura a viram chão,
orando de mãos postas.
“Mamãe, porque
estavas rezando?” perguntaram-lhe depois os filhos. “Estava rezando para que
Deus me dê força e luzes para educar bem meus filhos e fazê-los felizes!” –
Credes que lhe seria possível?
Franbezant, OFMConv
Matéria Extraída deste Blog Mesmo em 10 de Dezembro de 2014.